Muito se especula sobre as bases para uma relação feliz. Fala-se de diálogo, de cedência, compromisso, respeito, companheirismo, intimidade. Todos estes fatores são importantes, mas quais serão as bases sobre as quais todos estes elementos funcionam? Existem apenas dois pilares para relações à prova de bala.
1. Acessibilidade Emocional
A acessibilidade emocional diz respeito à presença emocional; uma pessoa pode estar presente fisicamente, mas não estar envolvida emocionalmente. É este envolvimento emocional que cria a confiança de que o outro está lá para nós quando for preciso. É a acessibilidade que se contrapõe à indiferença; em certa medida a expressão de raiva requer mais envolvimento do que a indiferença. A indiferença é lida como ausência de conexão, como inacessibilidade, é sinal de que já nada importa, e resulta em elevados níveis de angústia.
2. Responsividade Emocional
A responsividade emocional advém da acessibilidade e vai mais longe, implicando que há disponibilidade e espaço para se envolver em respostas emocionais à vulnerabilidade do outro.
Esta acessibilidade e responsividade, de ambas as partes do casal, criam uma dança que é a base da construção da vinculação com o outro significativo. As emoções são a música, ao som da qual, se rege a dança. Quando as emoções são predominantemente positivas, a música é harmoniosa, a dança decorre sem grandes percalços. Quando as emoções desagradáveis começam a surgir consistentemente, a música desafina, a dança passa a ser mais atribulada e os pares começam a pisar os pés um do outro! Na verdade, não é fácil lidar com as emoções, em geral, e em particular quando, sistematicamente, elas colocam em causa os nossos valores e a nossa estabilidade. Nestas ocasiões é comum os membros dos casais reagirem da forma que sabem, ou explodindo ou reprimindo as emoções que sentem. Em qualquer dos casos não aplicam o envolvimento emocional, não se permitem ser vulneráveis e responsivos às necessidades e às emoções do outro.
As emoções mais fortes manifestam-se exatamente nas relações significativas e é nesse contexto que têm o seu maior impacto nas nossas vidas. Daí, muitas vezes, se falar na relação amor/ódio. As emoções são mensagens das nossas motivações e necessidades, é preciso aprender a escutá-las, compreendê-las, aceitá-las e lidar com elas.
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